Livro: "Marianas" (Saga das Sereias - Livro I) de E. Chérri Filho

Título: Marianas - a civilização dos sonhos (Saga das Sereias - Livro I)
Autor: E. Chérri Filho

Editora: Giostri
Ano de publicação: 2014
ISBN:  978.85.8108.551-7
Gênero: Ficção Fantástica, Drama, Romance

Informações adicionais:
Número de páginas: 192
Tipo de diagramação: simples, letras com serifas
Cor das páginas: amareladas
Fonte: agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: simples, cores foscas, com orelhas

Sinopse:
O extraordinário amor entre um homem e uma sereia nasce e enfrenta grandes dificuldades em meio à disputa de poder no fundo dos mares, numa civilização amiga cuja existência é negada ou escondida pelos livros de História. Jeremy e Licia operam um no outro grandes transformações de pensamentos e sentimentos, em razão do que vivem, inusitado, intenso e sincero. Embarque com eles nesta viagem da qual certamente você não voltará o mesmo.


Nota:


Diagramação:

Há uma diferença entre esta capa que aparece no skoob (aqui) e a capa do livro que comprei diretamente com o autor. A cor dá a impressão de ser verdinha, mas minha capa veio azul. Cheguei até a pensar que pudesse ter vindo o livro errado (talvez o livro 2, não?), mas depois percebi que pode ter sido coisa da editora mesmo.

A diagramação do livro é bem simples. A impressão é que a editora nem ao menos trabalhou ela. Tudo bem que o autor não deu nomes aos capítulos, mas não custava nada deixar eles em numeração escrita ou usar uma fonte diferente, não? Talvez deixá-los no ladinho da página como a Editora Galera faz com os livros da L. J. Smith.

A impressão que tive é de que eles publicaram na diagramação crua, da forma em que receberam escrita do autor e me pareceu um pouco apagadinho. Eles nem ao menos se preocuparam em colocar numeração nas páginas e ficou extremamente chato ter que contá-las de tempos em tempos para poder marcar meu progresso no skoob.

Um ponto positivo é a qualidade física da capa e das folhas, amo quando as folhas vem nessa tonalidade amarelinha e dá um gosto danado de ler.


Resenha:

Puxa, eu não sei como começar essa resenha, não mesmo... O autor entrou em contato comigo divulgando seu livro e fui doida ler as resenhas e após um tempo solicitei um exemplar físico dele, pois me interessou muito. Ele é uma pessoa muito simpática e solicita, até me enviou o livro antes que eu fizesse o depósito e achei isso de uma confiança enorme (ainda mais vindo de alguém no qual eu nunca havia conversado na vida. O que me fez lembrar de vários autores nacionais nos quais eu já disse que queria comprar seus livros e eles simplesmente não me retornaram mensagem ou sumiram. Alguns até pediram meu endereço e disseram que iriam me "dar" mas sumiram do mapa. De qualquer forma, eu iria pagar por eles, já que sei que autor nacional paga suas contas, inclusive os independentes. Então, amigos, aprendam com esse moço o que é ser um autor simpático e nota dez, ok?).

Recebi o livro em casa, embaladinho perfeitamente, inclusive com uma dedicatória. Isso me animou muito em ler e estacionei algumas leituras que tinha em curso para isso (ok, o livro que estava em minha bolsa e o meu celular com o e-book acabavam sendo lidos quando eu ia ao banco e esquecia esse, mas a "saga das sereias" ocupou a maior parte do meu tempo).

Porém, eu fico até chateada em dizer que infelizmente o livro não me agradou totalmente. Ele começou muito bom e me chamou a atenção em cheio. As resenhas sobre ele eram todas maravilhosas e isso me impulsionava ainda mais em lê-los. Mas algo não me agradou tanto assim como eu esperava. Em alguns momentos a trama parecia um pouco perdida, com tanta coisa acontecendo junta em certas ocasiões e outras que pareciam tão importantes sendo ignoradas após o ocorrido.

Jeremy é apaixonado pelo mar. Já no começo nós vemos essa relação entre ele e a ciência e o como ele parece precisar encontrar a verdade que os mares guardam. Desde a infância ele acredita em sereias e no mito da civilização perdida e é isso que o faz tornar-se um cientista marinho e correr atrás de desvendar esse grande mistério.

É claro que ele é desacreditado por muitos e pena para conseguir um investimento. Mas quando a trama começa ele já está de posse do necessário para iniciar suas pesquisas próximo a ilha Mariana, um lugar que no passado provou ter formas de vida desconhecidas.

Logo que chega com o barco, ele começa suas pesquisas. Como está sozinho, não pensa duas vezes antes de dar um mergulho no mar a noite. Isso é o que o faz ser tocado por algo que seu coração diz ser aquilo que ele procura.

Não demora para que ele faça, de fato, o primeiro contato com uma sereia. Na verdade, ele é salvo por uma delas de morrer sufocado no fundo do mar. Ela não tem outra alternativa, a não ser levá-lo para sua civilização e mantê-lo escondido dos outros habitantes.

Lícia é o nome dessa sereia e ela é uma líder entre seu povo (embora faça umas que misericórdia, viu?). Por bondade ela salvou Jeremy, mas após um tempo eles acabam se descobrindo apaixonados perdidamente um pelo outro e ela acaba intercedendo por ele quando ele é descoberto.

Uma coisa que não ficou clara para mim é que em alguns momentos as sereias são descritas tendo pernas e em outros elas tem rabo de peixe. Isso dava uma confusão enorme na minha mente, sabe?

Outro problema para mim foi que, diferente do livro "a cidade submersa" de Arthur Conan Doyle, não há nenhuma explicação de como eles produzem ar no fundo do mar para Jeremy respirar por lá. A propósito, em determinado momento todos vem ficar em terra e eu também não conseguia visualizar como eles poderiam andar ou respirar nessa situação.

A trama tem alguns pulos de tempo que me incomodaram muito. Como quando uma das sereias é raptada (e até estuprada, mas depois que ela volta aos seus não conta isso para ninguém e nem parece abalada, o que me soou medonho!); outro momento que me deixou irritada é o como as mulheres parecem ser apenas parideiras (os tritões saem engravidando elas após uma forte baixa) e todo o clima de romance que parecia nascer entre dois personagens secundários simplesmente some.

Descobrimos que no fundo do mar não há só uma única civilização, aliás, existem duas. Uma são os azuis (que em alguns momentos chamam a cidade de Ariata e em outros Atlanta, então....) e outra são os vermelhos, que se auto apelidaram de vermes e parecem não dar nome a sua própria cidade. Enquanto os azuis são os bonzinhos, os vermelhos são os malvadões (isso me lembra todas aquelas tramas de espionagem onde o vermelho representa a URSS, sabe? E eles sempre são os caras maus...). Porém, basta os azuis irem lá pedir o refém de volta que eles devolvem de boas...

Depois de muitos acontecimentos que parecem não levar a nada, há uma briga entre as nações, por um motivo bem pífio e só então descobrimos que o rei dos mares é outro, Netuno (e seu filho Namor - que não é o personagem da Marvel, calma - esta causando a confusão toda. Namor se sai um belo Loki, sabe?)

Em alguns momentos há palavras que mudam o significado, como uma determinada pedra que aparece como fire storm e depois como taiou, sem deixarem certo se era uma ariante ou só outro nome. Também há um certo vilão que morre e o autor deixou escrito em itálico "o sem nome" em uma frase em que ele é citado (achei uma sacanagem, sabe? Chamasse ele de Zé, mas deixar sem nome foi triste).

Enfim, voltando a dizer: a saga das sereias me deixou um pouco decepcionada, talvez tenha sido toda a expectativa que eu criei sobre o livro, não sei? Mas foi um livro que, infelizmente, após um momento eu torcia para acabar logo e ele só avançava, avançava e a trama mudava e nada de terminar.

Gostaria de ler outras coisas do autor, mas acredito que a trama das sereias eu irei deixar de lado nas próximas edições, pois me deixou mesmo frustrada.


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