Livro: "Os Mistérios de Enola Holmes (Livro 1): O Caso do Marquês Desaparecido" de Nancy Springer

Título: Os Mistérios de Enola Holmes (Livro 1): O Caso do Marquês Desaparecido

Título Original: The Case Of The Missing Marques: an Enola Mystery


Autor: Nancy Springer

Tradução: Paulo Ferro Jr.

ISBN: 978.85.7679.299-8

Ano: 2010

Editora: Novo Século

Gênero: Aventura, Ficção, Policial ou Investigação


Informações adicionais:
Número de páginas: 192
Tipo de diagramação: simples, os abres dos capítulos possuem arabescos trabalhados
Cor das páginas: amareladas
Fonte: agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: em papel normal, brilhante, com orelhas laterais


Sinopse: 
“Eu gostaria muito de saber por que minha mãe me deu o nome de Enola, que, de trás para a frente, lê-se alone, que é a palavra inglesa para solitária (...) – Você vai se sair muito bem sozinha, Enola – dizia-me, quase todos os dias enquanto eu crescia. De fato, essa sempre foi sua maneira de dizer adeus inconscientemente.” 

Quando Enola Holmes, irmã do grande detetive Sherlock Holmes, descobre que sua mãe desapareceu, ela rapidamente sai a sua procura. 

Disfarçando-se de viúva, Enola embarca em uma jornada para Londres, sem saber o que poderá acontecer. Ao chegar na cidade ela adota uma série de disfarces, mas acaba se envolvendo no caso de um jovem marquês desaparecido. 

Em uma época em que as mulheres eram subestimadas, a solitária adolescente inglesa é ameaçada por vilões que procuravam pelo tal nobre, e, além de ter que fugir desses malfeitores, ela precisa também despistar seus espertos irmãos. 

Em meio a tantos perigos e mistérios, será que Enola conseguirá descobrir as pistas necessárias para encontrar sua mãe?


Curiosidades e informações:


A autora Nancy Springer baseia sua obra no detetive criado por Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes, e usa de personagens criados pelo autor para dar vida a sua própria personagem nesta coleção de 6 livros.

Eu gostei bastante da coleção, mesmo que não tenha reconhecido no Mycroft dela o que eu tive em mente ao ler os contos originais onde ele apareceu. Porém, convenhamos, não há muito o que se usar de fatídico nas atitudes do "mais inteligente dos irmãos Holmes" e coube mesmo um improviso por parte dela.

Os livros, mesmo sendo infanto juvenis, são tão envolventes que você passa pela leitura de todos sem perceber. Aliás, quando se acaba um, obrigatoriamente somos levados a ler o seguinte, algo maravilhoso e empolgante quando se trata de sagas de livros.

Sem contar que os livros trazem curiosidades pontuais interessantes sobre a "época" em que ocorrem e que são verídicas, o que ajuda a aprender um pouco mais ao ler.

Porém, uma coisa triste eu tenho que contar, faltou um certo cuidado da editora na hora de trabalhar a obra, já que os 3 primeiros livros só saíram em capa simples e os 3 últimos apenas em capa dura, o que visualmente não é bacana para quem quer fazer a coleção, não acham?



Outro ponto que me deixou chateada foi a falta de revisão no texto, já que o tradutor era um moço e constantemente Enola responde como um rapaz ("obrigado", "agradecido" e por aí vai), o que não é bacana para a faixa de idade no qual ele é destinado, afinal faz com que as meninas em fase de vestibular acabem naturalizando um erro que tira muitos pontos na hora da redação.


Nota:


Diagramação:

A fonte tem serifas e como as páginas são amareladas, é bem gostoso de se ler. Além disso, o livro é bem leve.

O livro possui orelhas laterais, que podem ser usadas como marcadores de página (por quem tem coragem de fazer isso, sabe?).


Os capítulos tem uma marca mais elaborada nos abres o que ajuda bastante na localização.


Salvo os errinhos de digitação ou de concordância, a coleção é fabulosa e acho uma pena só ter descoberto ela agora. Mas recomendo a leitura para dar a crianças ou jovem adolescentes, que não gostam muito de ler, mas que vão acabar fisgados pela trama,com certeza.

Todas as tramas começam no ápice da história, tendo o primeiro capítulo sempre voltado ao acontecimento mais marcante deste livro e posteriormente recuando no tempo para explicar como Enola foi parar ali. Um recurso narrativo bem bacana e que ajuda ainda mais a criar aquela curiosidade.


Resenhas:

Enola Holmes é a irmã mais nova do famoso detetive consultor, Sherlock Holmes, e do leal súdito da rainha, Mycroft Holmes. Bem mais nova que os irmãos, a garota vive na casa da família com sua mãe e dois empregados, após a morte de seu pai.

A garota, que esta constantemente sozinha, teve que se virar a vida toda, já que por ter nascido tardiamente e não ter convivido com seus já adultos irmão. Ela carrega em si o peso de ser "a decepção da família", por não ser vista como alguém tão brilhante como os irmãos, mas boa parte dessa "visão negativa" da menina se dá pelo simples fato de ela ser mulher e no entendimento que lhe é passado socialmente, mulheres são inferiores e ponto.

Enola, que ao contrário quer dizer "alone" (que vem a significar "sozinha" quando traduzido do inglês para o português), não é tão próxima de sua mãe, embora morem juntas. A senhora Holmes sempre foi adepta de dizer que a filha saberia como se cuidar e até mesmo sua própria educação ela deixou para que a menina completasse por si, estudando por contra própria em casa ao invés de ser mandada para uma escola de moças no exterior (como era de costume e ideia que apavora a menina).

Porém, no dia do aniversário de Enola, a mãe sai para um passeio e não retorna. Como o dias passam e não há sinal de seu paradeiro, a menina se vê forçada a avisar seus irmãos do ocorrido, mas ela não podia supor o que a vinda deles faria com sua própria vida.

Mycroft, por carta, pede que ela esteja na estação para recebê-los, mas o fato de estar tão assustada e ainda ser uma criança a faz entender tudo errado, e ela acaba indo de bicicleta encontrar ele e Sherlock, o que é visto como uma prova da inferioridade mental da menina, pois são conseguiu perceber que a carta solicitava que um meio de locomoção os buscasse e não ela em pessoa.

Embora Sherlock veja o fato mais como uma atitude infantil, Mycroft vê como burrice pura e surta ao saber que ela não tem a "educação de uma dama", anda de bicicleta por aí e não usa "as roupas apropriadas" (espartilhos e afins) para uma jovem moça na idade dela.

Por ser o mais velho, e o mundo não ser nada justo com mulheres naquela época, Mycroft tem em suas mãos o poder de decidir fazer o que bem entende da vida da irmã, inclusive força-la a entrar em uma escola de moças, se formar e preparar-se para se casar em breve. Mesmo que ela não tenha nenhum plano de se casar com ninguém na vida e ame sua liberdade.

Sherlock, como nada pode fazer, deixa a situação de Enola para ser resolvida por seu irmão, e retorna a Londres, a fim de tentar desvendar o paradeiro da mãe deles. Afinal, após dias e dias de chuva, não há nada que até mesmo ele possa encontrar ao olhar o campo onde sua mãe foi vista andando pela última vez. A carência de provas o leva a ter certeza de que estando ali ou em Londres a situação seria a mesma.

Após se despedir da irmã, que só foi encontrada em seu esconderijo após ajuda do cão da família, ele ruma para Londres, deixando uma desamparada e triste Enola para trás, que no fundo só queria ter tido a chance de conviver como uma família de verdade com seus irmãos.

Os presentes deixados por sua mãe para a garota, entregues a ela pelos empregados, são a última conexão que ela teve com sua mãe e, ao observá-los, ela descobre que um código foi deixado para que ela decifre.

Essa pode a chance de descobrir o que houve com sua mãe e, na calada da noite, ela passa a desvendar o código e a procurar o que sua mãe deixou escondido para ela, sem que Mycroft e mais ninguém saiba

Mycroft, aliás, está empenhado em fazer do guarda-roupa da irmã o de uma dama, e apenas isso o faz esperar para mandá-la para o colégio interno, já que não poderia despachá-la sem malas e tem que contratar uma costureira.

Isso da tempo a Enola para desvendar as mensagens de sua mãe e chegar ao que cada uma delas deixa. Ela tem esperanças de que uma carta tenha sido deixada por ela, algo que explique toda aquela situação e, talvez, a ajude a chegar até sua mãe. Pois ela quer ser livre como sua mãe e não ser trancada e ter sua vida regrada e controlada como planejam seus irmãos.

Quando consegue fugir de seu destino traçado (de uma forma bem criativa, aliás), é que Enola acaba deparando-se com ocaso do Marquês desaparecido. Um menino, não muito mais novo que ela, herdeiro de tal título, que a vida toda teve pessoas dizendo o que ele devia fazer e como agir acaba chamando sua atenção e ela acaba condoída por sua situação.

Ajudar a resolver a situação da família do jovem Marquês pode ser o primeiro passo a auxiliá-la na busca por sua própria mãe e, lutando contra tudo o que a fizeram acreditar até então, Enola tem que se mostrar inteligente e inventiva para solucionar esse mistério e, ainda assim, tentar sair incógnita e fugir de seus furiosos irmãos.


Outros livros da coleção:
- Livro 1: O Caso do Marquês Desaparecido
- Livro 2: O Caso da Senhorita Canhota
- Livro 3: O Caso dos Buquês Bizarros
- Livro 4: O Caso do Estranho Leque Rosa
- Livro 5: O Caso da Crinolina Misteriosa
- Livro 6: O Caso do Adeus Cigano



Comentários

  1. Não conhecia os livros, mas me chamou a atenção tanto pela capa, quanto pela resenha !
    beeijos
    bellapagina.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. AonDe a mãe dela estava quando anola o encontrou?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Poxa Lu, quer mesmo saber o final? Se não ligar pra spoiler me manda um email (anaaliceholdford @ gmail .com.br - só retire os epaços, eu deixei com ele para os mecanismos de busca não acharem o email e encherem minha caixa de spam, ehehehehhehe) que eu respondo para ti (só não coloco aqui pq acaba sendo sacanagem com quem não quer saber e lê sem querer, né?) Eu emprestei essa coleção pra uma amiga, mas assim que ela devolver eu farei a resenha dos demais volumes. Ou talvez até faça já, mas sem as fotos, tenho que pensar.....

      Excluir

Postar um comentário