Livro: "Os Mistérios de Enola Holmes (Livro 2): O Caso da Senhorita Canhota" de Nancy Springer

Título: Os Mistérios de Enola Holmes (Livro 2): O Caso da Senhorita Canhota

Título Original: The Case Of The Left-handed Lady: an Enola Mystery


Autora: Nancy Springer

Tradução: Paulo Ferro Jr.

ISBN: 978.85.7679.299-4

Ano: 2010

Editora: Novo Século

Gênero: Aventura, Ficção, Policial ou Investigação


Informações adicionais:
Número de páginas: 216
Tipo de diagramação: simples, os abres dos capítulos possuem arabescos trabalhados
Cor das páginas: amareladas
Fonte: agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: em papel normal, brilhante, com orelhas laterais


Sinopse: 
Os mistérios de Enola Holmes continuam a intrigar os leitores mais uma vez nesta aventura incrível e perigosa. 

A jovem inglesa permanece solitária, vivendo sozinha na maior, mais sinistra e suja cidade do mundo. Sua mãe ainda é uma incógnita, e para dificultar essa busca, Enola está sendo procurada pelo detetive mais famoso do mundo – seu próprio irmão, Sherlock Holmes. Para que possa continuar livre, ela precisa enganá-lo. 

Ao encontrar um esconderijo cheio de brilhantes desenhos feito a carvão, ela sente como se fosse uma alma gêmea da garota que fez aquelas obras de arte – mas a garota, a jovem Srta. Cecily desapareceu sem deixar rastros. 

Desbravando as ruas sombrias onde os assassinos espreitam, Enola deve descobrir como as pistas – uma escada inclinada, um balconista vesgo e alguns panfletos de política – podem levá-la a encontrar a moça canhota. 

Mas para salvar Srta. Cecily de um poderoso vilão, Enola se arriscará a revelar mais do que ela pode. Será que seu próprio coração solitário a trairá? O primeiro livro da série, O Caso do Marquês Desaparecido, ganhou muitos elogios da crítica, incluindo algumas que lhe deram quatro estrelas.


Curiosidades e informações:


A autora Nancy Springer baseia sua obra no detetive criado por Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes, e usa de personagens criados pelo autor para dar vida a sua própria personagem nesta coleção de 6 livros.

Eu gostei bastante da coleção, mesmo que não tenha reconhecido no Mycroft dela o que eu tive em mente ao ler os contos originais onde ele apareceu. Porém, convenhamos, não há muito o que se usar de factual nas atitudes do "mais inteligente dos irmãos Holmes" e coube mesmo um improviso por parte dela.

Os livros, mesmo sendo infanto juvenis, são tão envolventes que você passa pela leitura de todos sem perceber. Aliás, quando se acaba um, obrigatoriamente somos levados a ler o seguinte, algo maravilhoso e empolgante quando se trata de sagas de livros.

Sem contar que os livros trazem curiosidades pontuais interessantes sobre a "época" em que ocorrem e que são verídicas, o que ajuda a aprender um pouco mais ao ler. Por exemplo, neste aqui, Enola explica a cor da cera usada para fechar as cartas e seus significados, uma coisa que vemos muito em filmes, mas que não temos noção do porque tais cores de cera são usadas (aliás, descobri que muitos usaram a cor errada, pois vermelho não era indicado para aquelas situações!)

Porém, uma coisa triste eu tenho que contar, faltou um certo cuidado da editora na hora de trabalhar a obra, já que os 3 primeiros livros só saíram em capa simples e os 3 últimos apenas em capa dura, o que visualmente não é bacana para quem quer fazer a coleção, não acham?


Outro ponto que me deixou chateada foi a falta de revisão no texto, já que o tradutor era um moço e constantemente Enola responde como um rapaz ("obrigado", "agradecido" e por aí vai), o que não é bacana para a faixa de idade no qual ele é destinado, afinal faz com que as meninas em fase de vestibular acabem naturalizando um erro que tira muitos pontos na hora da redação.


Nota:


Diagramação:

Tal como o anterior, a fonte tem serifas e como as páginas são amareladas, é bem gostoso de se ler. Possui orelhas laterais, que podem ser usadas como marcadores de página (por quem tem coragem de fazer isso, sabe?). Os capítulos tem uma marca mais elaborada nos abres o que ajuda bastante na localização. Ele é exatamente igual ao livro anterior, que já comentei anteriormente e fotografei aqui.

Salvo os errinhos de digitação ou de concordância, a coleção é fabulosa e acho uma pena só ter descoberto ela agora. Mas recomendo a leitura para dar a crianças ou jovem adolescentes, que não gostam muito de ler, mas que vão acabar fisgados pela trama,com certeza.

Todas as tramas começam no ápice da história, tendo o primeiro capítulo sempre voltado ao acontecimento mais marcante deste livro e posteriormente recuando no tempo para explicar como Enola foi parar ali. Um recurso narrativo bem bacana e que ajuda ainda mais a criar aquela curiosidade.


Resenhas:

Chegar a conclusão no caso anterior e ter resgatado com vida o Marquês fez Enola acreditar que possa ser mais inteligente do que ela própria supôs (embora no decorrer dos livros ela se mostre ainda insegura em muitos pontos quanto a isso) e começamos a vê-la dar um passo aqui a individualidade e a aceitação como mulher e, ainda assim, inteligente (digamos que tal qual sua mãe, ela é praticamente uma feminista a frente de seu tempo, lutando pelo direito de ser dona de si e não propriedade de outra pessoa e podendo atuar na carreira que deseja sem ser ridicularizada por conta de seu sexo. Digamos que esta é uma luta que existe até hoje, se formos parar para analisar os fatos...).

Mas, agora que está em Londres e corre o risco de ser encontrada por seus irmãos, ela tem que usar o dinheiro que sua mãe lhe escondeu (e indicou para que ela o achasse através do código das flores nos livros que a presenteou-se em seu aniversário no número anterior, mas não contei naquela ocasião pra não dar spoiler) e criar um disfarce convincente. Aliás, ela até vai usar esses códigos para tentar fazer uma certa coisinha, que também vou deixar para que vocês descubram ao ler este aqui.

Como Enola não pode usar seu nome nada comum, ela tem que criar uma outra "pessoa" para ser, assim nasce a senhorita Ivy Meshle, secretária do Dr. Leslie T. Ragostin, um homem que se auto denomina um vidente cientista, mas que na verdade não existe. Tudo no escritório dele, e até o prédio onde ele tem seu consultório e aluga outras salas, pertencente na verdade a Enola, mas ninguém pode suspeitar disso, já que seu plano iria por água a baixo e Mycroft poderia exigir que a irmã fosse internada em um sanatório por "agir feito louca" (que não significa nada mais do que: não querer se casar com quem não se conhece e querer seguir uma carreira e se sustentar).

Sendo assim, Enola, que atende pelo nome de Ivy, mora de aluguel na residência de uma senhora surda (aluguel que paga com o que recebe dos aluguéis que recebe das salas) e todos os dias parte para seu trabalho com o "doutor Ragostin". Pois além de ser secretária de seu consultório, é a responsável por receber os aluguéis das salas e de correr atrás dos "consertos" necessários do local.

Porém, ela não podia imaginar que seu primeiro (quase) cliente é justamente o Dr. John Watson, amigo de seu irmão e autor de suas aventuras. Ele procura o Dr. Ragostin para pedir uma grande ajuda para algo que o aflige muito, já que com o sumiço de Enola (a qual Watson não conhece em pessoa e não pode saber que é justamente a moça a sua frente), Sherlock vem estando abatido e ele tem esperanças de que o "vidente cientista" talvez possa ajudá-lo de alguma forma, já que ele diz localizar pessoas em seu anúncio e seja justamente nesse ponto que Sherlock esta pecando.

Por John Watson não poder nem ao menos "descrever" Enola para que o "Dr. Ragostin" a procure, ela acaba dizendo que não garante que ele possa fazer qualquer coisa para ajudá-lo desta forma, mas que mesmo assim irá avisar caso haja algum progresso. Porém, claro, que mentalmente ela sabe muito bem que não poderá ajudá-lo e chega até a bambear de preocupação por conta do irmão Sherlock, mas a sombra que Mycroft projeta na vida dela a faz ter certeza de que manter-se escondida é o melhor a fazer.

Ela já esta quase dispensando o amigo do irmão quando ele fala da desaparecida Cecily, filha mais velha de Sir Eustace Alistair e Lady Alistair, que encontra-se desaparecida e cujo sumiço deu-se por conta de uma situação singular. John até dá a entender que Sherlock só não pegou o caso porque estava preocupado em achar Enola. O caso de Cecily chama sua atenção e é sua chance de demonstrar seu trabalho e conseguir fazer a fama de seu "personagem".

Disfarçada de senhora Ragostin, já que ir de Ivy (a secretária que se veste de forma meio espalhafatosa) não parecia ser uma boa ideia, Enola parte para a casa dos Alistair. Ela quer se mostrar uma pessoa preocupada e disposta a procurar a garota desaparecida. Mas, claro, ela diz que quem irá procurá-la é seu marido (que ela diz ser a terceira esposa dele, o que dá a entender que é um senhor bem mais velho que ela) que só pediu que sua mulher fosse até lá porque não seria adequado um homem olhar o quarto de uma moça e desmiuçar a ocasião de seu desaparecimento com sua mãe.

A mãe da moça agradece muito o interesse de "tão renomado homem", e acaba se abrindo para Enola e contando o que houve, deixando-a ver o quarto da menina depois. Aliás, Enola descobre algumas singularidades no quarto da moça, o que a leva a crer que ela tem dupla personalidade e essa possa ser uma das causas do seu sumiço.

Prometendo a mãe que "seu marido" vai procurar a garota, e que ela virá em pessoa mantê-la informada, Enola está de posse de seu primeiro caso para o "vidente científico Dr. Ragostin" solucionar. Tudo é obscuro, mas ela não vai desistir antes de encontrar a garota e trazê-la de volta para casa sã e salva.

Mas não pense que os "fakes" de Enola acabam aqui, a noite, ela se disfarça de uma irmã de caridade que fez voto de silêncio (por isso não responde nada) e ajuda aos pobres mendigos da capital londrina. E, diga-se de passagem, ela não será a única a noite disfarçada em busca de informações por alguém em especial, logo, manter-se incólume se torna cada vez mais difícil.

Ainda mais quando seu inteligente irmão descobre o modo no qual ela está se comunicando com a mãe deles e decide passar-se por ela na "conversa" com o intuito de localizá-la em Londres.


Outros livros da coleção:
Livro 1: O Caso do Marquês Desaparecido
Livro 2: O Caso da Senhorita Canhota
- Livro 3: O Caso dos Buquês Bizarros
- Livro 4: O Caso do Estranho Leque Rosa
- Livro 5: O Caso da Crinolina Misteriosa
- Livro 6: O Caso do Adeus Cigano





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